Apontado como pivô da saída de Patrícia Poeta do “Jornal Nacional”, William Bonner acabou contradizendo declaração da Globo durante uma entrevista. O âncora do principal telejornal do país, disse que Poeta saiu do “JN” porque estava infeliz. “Aconteceu na carreira dela algo que eu vi acontecer dentro da minha casa com Fátima [Bernardes]. Ela entendeu que a felicidade profissional dela não estaria mais ali”, disse Bonner na entrevista publicada nesta segunda-feira (29).
A declaração do editor-chefe do “JN” acabou contradizendo a versão oficial da Globo de que Patrícia Poeta deixou o telejornal “ao completar três anos e como estava previsto ao assumir o posto”.
A frase de Bonner também contradiz a versão de Patrícia Poeta impressa no mesmo comunicado oficial da Globo: “Estou para completar 15 anos no jornalismo da Globo. E, agora, terão sido três anos maravilhosos, inesquecíveis no Jornal Nacional”.
Em 15 de setembro, a Globo anunciou que Patricia Poeta, que assumiu o “JN em dezembro de 2011, ocupando a vaga deixada por Fátima Bernardes, seria substituída por Renata Vasconcellos a partir de 3 de novembro. A emissora também anunciou que Poeta terá um programa de entretenimento, a ser desenvolvido. No entanto até agora nada se falou sobre essa nova atração.
Nos bastidores da Globo, William Bonner foi apontado como pivô da saída da jornalista do “Jornal Nacional”, e sua declaração de que a colega não estava feliz na bancada está sendo interpretada na emissora como um ato falho, pois corrobora com essa versão. Em várias ocasiões, o apresentador do “JN” foi hostil à ex-colega de bancada, segundo profissionais que trabalharam com os dois. O desempenho desastroso de Poeta nas entrevistas com candidatos à Presidência da República foi o argumento decisivo para sua despedida.
Chefe de Bonner, o diretor-geral de Jornalismo e Esporte, Ali Kamel, também foi apontado como responsável pela saída da apresentadora do JN. Kamel e Amauri Soares, diretor de programação e marido de Poeta, têm uma antiga rivalidade profissional.
Em entrevista ao portal Terra, Bonner falou pela primeira vez sobre o assunto. “Foi um ano agitado pra gente no Jornal Nacional. A transição da Patricia Poeta para a Renata Vasconcelos se deu da forma mais suave possível. Disso eu não posso me queixar. Houve muita especulação. Teve culpa minha. Teve culpa de diretor. Eu vi de tudo”, disse.
“E a verdade testemunhada por este cidadão, se é que eu ainda tenho alguma credibilidade, é que a Patricia Poeta decidiu fazer do Jornal Nacional um período profissional da vida dela importante. Ela queria uma Copa do Mundo, ela queria uma eleição, ela teve essa experiência e botou isso na carreira dela”, justificou.
“Mas é fato! Aconteceu na carreira dela algo que eu vi acontecer dentro da minha casa com Fátima [Bernardes]. Ela entendeu que a felicidade profissional dela não estaria mais ali. (…) E o que ela queria profissionalmente era desempenhar uma nova função no entretenimento tal e qual fez Fátima Bernardes. Quem teria o direito de barrar essa vontade dela?”, concluiu.
Com informações do jornalista Daniel Castro.
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