“Amor à Vida” chega ao fim nesta noite (31) e não promete deixar muitas saudades. Com 221 capítulos de duração, o folhetim estreou o consagrado autor Walcyr Carrasco – “O Cravo e a Rosa”, “A Padroeira”, “Chocolate com Pimenta”, “Sete Pecados”, “Alma Gêmea”, “Caras & Bocas”, “Gabriela” – no melhor horário de novelas da Globo.
Todavia, Carrasco deve ter salgado a santa ceia para decepcionar no horário das 21h. Depois de grandes sucessos nos horários das 18h e das 19h, o autor conseguiu emplacar uma trama no horário de maior audiência do país e decepcionou. Dois fatos que comprovam isso: um único personagem carregou a novela nas costas e o casal de protagonistas foi ofuscado explicitamente.
Foi justamente isso que aconteceu em “Amor à Vida”, o vilão gay Félix, com atuação digna de Oscar de Mateus Solano, arrebatou todos os elogios da crítica especializada e dos telespectadores em geral e tomou ao lado de Niko (Thiago Fragoso), na trama, o espaço principal que deveria ser do casal monótono Paloma (Paolla Oliveira) e Bruno (Malvino Salvador).
Ainda falando em destaque, um outro personagem segurou as pontas da trama ao lado do vilão Félix, antagonizando este, a periguete Valdirene, interpretada brilhantemente pelo talento chamado Tatá Werneck, foi a parte cômica da trama de Walcyr. Apesar do desgaste da história – outro ponto negativo – Tatá também conquistou o público em sua estreia com pé direito nas novelas da Globo.
Bom, esses foram os maiores e quase únicos destaques positivos de “Amor à Vida”. No que tange os aspectos negativos, fazendo um balanço geral, pode-se incluir vários: personagens com personalidades mutantes (Eron, Ninho, etc.), personagens extremamente desnecessários (Michel, Patrícia, Guto, etc.), personagens mal aproveitados (Mariah, Linda, etc.), textos muitas vezes fúteis, inúmeras campanhas sociais, sendo todas mal tratadas, entre outros.
Além de tudo isso, ainda houve ao longo da novela vários boatos de descontentamentos dos atores, alguns até iniciaram certas discussões publicamente com o autor Walcyr Carrasco em redes sociais e/ou entrevistas, porém depois afirmaram que não tinham reclamado de nada e procuraram o autor para esclarecer. Inclusive, em entrevista concedida ao site TV FOCO, Walcyr falou sobre o assunto: “Eu desmenti justamente porque os atores me procuraram para dizer que era mentira o que havia sido dito”.
Em suma, “Amor à Vida” elevou em apenas um ponto a baixa audiência deixada por “Salve Jorge” – vale salientar a duração distinta das duas –, mas ao comparar conteúdo e qualidade, as duas tramas se equivaleram. Destarte, espera-se que Maneco, com sua última Helena no horário das 21h em “Em Família”, nos ofereça um folhetim com menos incoerências e resgate o sucesso em qualidade, a qual está órfã desde “Avenida Brasil”. Os bons noveleiros agradecem.
TV FocoTexto: Danyllo Junior
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