Hoje à noite estreia a mais nova série da Globo, “A Teia” tem como protagonista o ator Paulo Vilhena. A trama terá um assalto real como ponto de partida.
Confira a seguir na íntegra tudo sobre “A Teia”.
“Senhores passageiros, muito boa noite, aqui quem fala é o comandante. Nosso voo tem duração prevista de aproximadamente duas horas. Peço desculpas pelo atraso da nossa viagem, mas em breve devemos obter autorização da torre para decolar”. O ponto de partida é a capital federal: aeroporto internacional de Brasília. O motivo da demora: o carregamento de malotes de ouro, que estavam sendo acomodados no compartimento de carga da aeronave. Entre os envolvidos, 70 passageiros e funcionários de um voo comercial. Em cinco minutos, todos viraram testemunhas de um assalto cinematográfico com direito a fuzis, metralhadoras e disparos ameaçadores próximos ao tanque de combustível do avião.
Formada por nove bandidos, a quadrilha invadiu a pista com duas caminhonetes e uma minivan e, sem se intimidar com os vigilantes da empresa transportadora de valores, fugiu, levando 61 kg de ouro e deixando para trás as autoridades perplexas. No dia seguinte, as manchetes dos principais jornais do país davam destaque para um assalto que parecia ter vindo de um roteiro de Hollywood e chamavam a atenção para a troca de tiros entre os assaltantes, os seguranças e a polícia do local.
À frente do caso, o delegado Jorge Macedo, interpretado pelo ator João Miguel. Um policial federal apaixonado pelo jogo da investigação e personagem central do seriado policial ‘A Teia’. Um homem avesso à violência e ao corporativismo e que não vai medir esforços para completar sua missão, ainda apenas que o acaso tenha o designado para a tarefa. Em seu caminho, Marco Aurélio Baroni, um criminoso inteligente e sedutor vivido por Paulo Vilhena, que poderá colocar sua reputação e sua vida em risco.
Com autoria de Carolina Kotscho e Bráulio Mantovani, direção de núcleo e geral de Rogério Gomes, o Papinha, e direção geral de Pedro Vasconcelos, ‘A Teia’ tem um assalto real como ponto de partida para a trama sobre uma longa investigação que envolve diferentes agentes da Polícia Federal em vários estados do Brasil, duas perigosas quadrilhas rivais e até mesmo policiais civis. A produção, com estreia prevista para o dia 28 de janeiro, mergulha no mundo do crime organizado e mostra como o processo de investigação está sempre ligado aos conflitos pessoais dos personagens, suas paixões e seus desejos.
‘A Teia’ instigará a compreensão desse universo que muitas vezes se mostra contraditório, repleto de amor e ódio, traição e vingança, culpa e redenção. Uma linha tênue que divide o mundo dos mocinhos e dos bandidos, ora passíveis de admiração, ora de desprezo. Um verdadeiro drama humano de quem vive como um fugitivo e se escondendo e inventando histórias de cobertura e nomes falsos. Seja ele quem for. Esteja do lado que estiver.
“O bacana nesse tipo de seriado é explorar a riqueza humana que todo mundo tem, as confusões, os conflitos. Ninguém é inteiramente bom, ninguém é inteiramente mau. O nosso desejo é que as pessoas realmente gostem de todos os personagens”, revela Bráulio. O seriado vai apresentar Baroni (Paulo Vilhena) como um bandido sofisticado, classe média alta, que se desvirtuou do bom caminho por puro prazer. Ele é movido pela paixão, assim como o delegado Jorge Macedo (João Miguel). “O bandido e o mocinho são mais ou menos, claro que mal comparando, dois lados de uma mesma moeda. Eles estão no jogo”, conta Carolina.
Com histórias feitas a partir de muita pesquisa e livremente inspiradas no arquivo pessoal do delegado aposentado da Polícia Federal Antonio Celso dos Santos, ‘A Teia’ terá toques de realidade nas suas muitas cenas de ação. Para isso, a consultoria de um profissional foi essencial. “’A Teia’ é feita de muitas histórias. Buscamos a inspiração e a lógica de casos e investigações reais para construir uma história de ficção”, reforça a autora.
A cada semana, o episódio começa com um prólogo, peça-chave para o delegado Macedo (João Miguel) avançar em sua investigação. “É tudo muito dinâmico e com estrutura policial. É preciso estar atento o tempo todo para não se perder na história”, explica Rogério Gomes, que promete ainda uma trilha sonora a base de muito rock’n roll.
O compromisso com a verdade
Um homem correto, de origem simples, policial por vocação. Assim é Jorge Macedo (João Miguel), um profissional de 42 anos que estava desacreditado da carreira e sofrendo um processo disciplinar da Polícia Federal quando foi convocado para resolver o caso do assalto no aeroporto de Brasília. Dono de uma memória preciosa, sua principal arma sempre foi a inteligência. E, sobretudo, o compromisso com a verdade. Característica que nem sempre lhe foi favorável, especialmente em um ambiente em que muitas vezes os bastidores políticos interferiam no trabalho da corporação.
Diante do desafio recebido, ele sabe mais do que ninguém que prender os assaltantes e recuperar o dinheiro roubado é a única forma de vencer seus adversários e reconquistar o cargo. Limpar sua imagem na instituição também seria conveniente, ainda que ele soubesse da incoerência da fama que lhe foi atribuída. O problema é que a operação vai muito além da carga roubada, e, como um experiente profissional, tão logo começa sua investigação, Macedo percebe a complexidade do caso em que foi envolvido. O jogo não vai ser tão fácil assim.
Para resolver, será preciso muito mais do que prender ou matar bandidos: dedicação, paciência, operações especiais e horas e horas de gravações de grampos telefônicos farão parte do seu trabalho, além de equilíbrio e sangue frio diante dos dilemas morais que irá enfrentar com Baroni (Paulo Vilhena) e seus comparsas. Tudo isso ao mesmo tempo em que vive uma crise em sua vida pessoal. Poderá ser fácil então perder o controle da situação, deixar de se reconhecer.
Quando o herói também falha
Para cumprir o processo disciplinar, resultado da acusação de torturar um preso, Macedo (João Miguel) foi obrigado não só a se afastar do cargo de chefia da Delegacia de Repressão a Entorpecentes que comandava, em Fortaleza, como também deixar para trás sua mulher Isabel (Ana Cecília) e a filha adolescente Paula (Aline Peixoto). Como punição, foi transferido para Brasília e assumiu um trabalho burocrático na Superintendência Regional da Polícia Federal.
Mas as dificuldades não são apenas no seu novo cargo. Ele se vê obrigado a morar provisoriamente com sua mãe, Áurea (Denise Weinberg). Apesar da boa relação com ela, a convivência com Eduardo (Daniel Warren), seu meio-irmão, é quase que insuportável. Filho de um falecido político, com quem Áurea teve uma relação extraconjugal, ele é o típico picareta. E os dois prometem bater muito de frente. Enquanto Macedo se preocupa em proteger a mãe e inicia uma investigação para descobrir as falcatruas de seu namorado contrabandista, ele vê Eduardo querendo se aproveitar da situação.
A pressão vem de todos os lados. Seus superiores cobram resultados, os colegas invejosos tentam mais uma vez derrubá-lo, a imprensa questiona sem parar os caminhos da investigação, sua mulher exige que ele seja mais presente como pai e reclama do distanciamento dos dois.
O encantador anti-herói
Assim como a trajetória de Marco Aurélio Baroni (Paulo Vilhena) até o assalto ao aeroporto de Brasília, as investigações de Macedo se mostram muito mais complexas do que poderiam transparecer. Aos poucos, ele vai descobrindo quem é esse bandido, um cara articulado, inteligente e líder da quadrilha capaz de arquitetar um roubo tão audacioso.
Filho de uma família de classe média alta, em Curitiba, Baroni chegou a estudar Engenharia. Muito inteligente e sedutor, tinha tudo para seguir outro caminho, mas acabou indo parar no submundo do crime. Sua educação e gentileza são capazes de esconder uma índole fria, cruel e vingativa.
Apaixonado por Celeste (Andréia Horta), Baroni é extremamente ciumento e não gosta que ela deixe a filha Ana Teresa (Nathalia Costa) falar com Ney (Gustavo Machado), um bandido pé de chinelo com quem ele conviveu durante certo tempo na prisão até ‘roubar’ sua mulher.
Baroni tem seu próprio sentido de justiça. Cheio de possibilidades dentro de uma só personalidade, acolhe Celeste e promete uma vida muito mais digna do que ela levava no passado. Jovem e sem dinheiro, ela vê no bandido a possibilidade de ter um futuro melhor. O conforto que nunca imaginara ter, aliado ao amor que sente pelo namorado.
A nem tão mocinha assim
Celeste (Andréia Horta) é o tipo que não faz julgamentos. Ela ama Baroni (Paulo Vilhena), acoberta o que ele faz, é fiel a ele. Não é mocinha, nem vilã. Longe do estereótipo de mulher de bandido, é uma pessoa simples. Apesar de ser muito bonita e chamar atenção, não é sofisticada, está sempre de calça jeans e camiseta, acentuando suas formas generosas.
A pouca vaidade se reflete nos cabelos compridos, brincos e saltos. Quase tem vergonha de si mesma. Celeste sabe que Baroni é um cara bem nascido, que estudou em bons colégios, sabe falar outras línguas. Ela sente-se inferior em vários momentos ao lado dele, especialmente quando o assunto é a sofisticada ex-mulher, uma antiga colega de faculdade.
Tecendo muitas teias
Com um conceito de teia que vai além das ligações dos envolvidos no assalto, o seriado tem também como característica a multiplicidade de cenários brasileiros, com personagens e locações que se relecionam por diversas cidades do país. Como palco, a Chapada dos Guimarães, grandes ambientes urbanos, aeroportos e os bastidores da Polícia Federal de Brasília. Cenários reais para gravações que se transformavam em grandes eventos. “Não tivemos quase nenhuma cena do tipo corriqueira. Quando aconteciam, eram muito rápidas. De resto, o seriado teve sempre muita ação, helicópteros, caminhões, capotagens, tudo grandioso”, conta o diretor de núcleo.
Para manter uma unidade entre os diversos espaços que serão apresentados ao longo da trama, a equipe de cenografia se ateve ao máximo a estética natural da própria história, unindo desde o início da produção as opções de cores escuras e mais uniformes dentro de cada núcleo. “Tivemos a oportunidade de visitar os locais onde os fatos aconteceram, e que de alguma forma, ficaram guardados para o momento de criar os espaços cênicos. Mas tudo sem deixar de lado a nossa exata natureza – a obra de dramaturgia”, conta a cenógrafa Anne Bourgeois.
Apenas o cenário da Polícia Federal foi reproduzido em estúdio, com uma réplica dos escritórios da polícia compostos de teto, paredes fechadas e sem boca de cena. Tudo para que fosse o mais realista possível. “Nós tentamos colocar verdade em tudo, trazer o telespectador para dentro daquele ambiente, mas sempre com o cuidado de criar um universo paralelo ao que a história foi inspirada”, explica o produtor de arte Luiz Pereira. Como referências, nomes de profissionais que participaram de filmes como “O Ultimato Bourne” e o artista alemão Stephen Zirwes.
Traços de realidade
Uma proposta de figurino realista com uma pegada de cinema. É assim que a figurinista Helena Araújo define o trabalho realizado em ‘A Teia’. Tendo como base a pesquisa dos autores feita durante todo o projeto e com liberdade para poder traduzir tudo isso na obra ficcional, o desafio foi reproduzir esse universo com muitos homens, partes distintas de um universo que caminha tão próximo, repleto de perfis de bandido e polícia. “Foi um trabalho muito bom de fazer, um figurino que ficou a serviço da história, sem interferir em nada naquela trama, que era a coisa mais importante, o que tínhamos realmente que focar”, explica.
O trabalho em conjunto com a direção e com o Bráulio e a Carolina foi determinante para o desenho dos figurinos. Baroni e Macedo eram muito semelhantes de diversas formas, e o entendimento disso por toda a equipe ficou claro em cada detalhe do projeto. “Tanto o Baroni quanto o Macedo eram muito vaidosos. Por vir de uma classe social mais alta, o nosso bandido imprime muita personalidade em suas roupas, reforçando o tempo todo um ar de sedutor”, descreve Helena. “O Macedo já é um pouco mais formal, mas ainda assim um cara que se preocupa bastante com a sua imagem”, completa.
Manter a característica pessoal de cada um foi o principal desafio da supervisora de caracterização Valéria Toth. “Para a criação dos policiais, foi preciso dois meses de pesquisa para fazer algo mais verossímil. Já com os bandidos, era importante diferenciar um do outro. Muitos eram estilosos, jovens descolados, que vieram da classe média. Procuramos buscar referências reais, mas deixar um traço exclusivo do seriado”, revela Valéria, que também ficou responsável pelas maquiagens e efeitos de todas as cenas de ação e violência do projeto. TV Foco
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