Rodrigo Faro está em alta na Record. O apresentador, que enfrentou uma fase um tanto quanto turbulenta ao trocar as noites de sábado, quando tinha altos índices de audiência com o “Melhor do Brasil”, pelo domingo — para ocupar a vaga deixada por Gugu Liberato —, agora colhe os frutos das mudanças promovidas com o lançamento do “Hora do Faro”, que completa quatro meses no ar nesta quarta-feira (27).
Com as novidades, Faro voltou a conquistar índices expressivos neste ano ao brigar de igual para igual pela vice-liderança, posição que ocupa com vantagem há quatro semanas consecutivas. O apresentador também belisca a liderança com certa frequência. “Agora a gente vem colhendo os frutos desse trabalho”,avalia Rodrigo Faro, em entrevista exclusiva concedida ao RD1.
No bate-papo, ele trata também sobre o fato de concorrer com amigos durante a exibição de sua atração:“Sempre quando quero comemorar um feito meu, eu tomo muito cuidado pra não expor ou não não criar nenhuma situação com meus amigos”.
Confira a seguir a íntegra da conversa:
RD1 – Você está comemorando quatro domingos consecutivos com vantagem na vice-liderança, após um início complicado aos domingos….
Rodrigo Faro - A Copa deu uma balançada em todas as emissoras, mas, depois que voltou da Copa, o programa deu uma engrenada. Já são seis ou sete programas, e em dois nós empatamos; nos últimos quatro, graças a Deus, conseguimos essa vice-liderança. E demos uma beliscadinha de quinze, vinte minutos, no primeiro lugar, o que é muito legal!
RD1 – Você acha que agora, pouco mais de um ano após ir para o domingo, conseguiu compreender como é o público deste dia da semana?
Rodrigo Faro - É totalmente diferente! Até porque, você sabe, a gente foi no susto pro domingo com um programa do sábado. E a gente precisava ter tempo para conhecer o domingo, fazer pesquisas do que as pessoas esperam do Rodrigo Faro no domingo; trazer novas pessoas, produtores, diretores, trabalhar duro pra fazer um novo programa de domingo. Ninguém achou que o “Melhor do Brasil”, que fez história no sábado, iria pro domingo e iria arrebentar! Então, a gente foi pro domingo, sem alarde, na humildade, na coisa de entender como é o programa, e a gente foi fazendo, testando quadros, adaptando, criando, até a gente conseguir, no começo do ano, começar a ter essa resposta positiva de audiência, que veio crescendo e agora estamos colhendo os frutos desse trabalho que levou um ano pra gente conseguir colocar ele em prática, fazer nosso programa de domingo. Deu muito trabalho!
RD1 – Você viveu duas fases bem distintas na Record com o “Melhor do Brasil”. Primeiro você tinha uma audiência excelente, ganhou o “Troféu Imprensa”, e aí, ao mudar para o domingo, teve problemas com os números. Foi difícil lidar com as notícias negativas nesse período?
Rodrigo Faro - Acho que não, a gente tem que estar preparado pra tudo, pro sucesso, pro nãosucesso. Na nossa produção, a gente sabia que íamos pro domingo, e que teríamos que aprender, chegar com toda humildade. E a gente foi indo, devagarinho. Eu, quando assumi o lugar do Marcio Garcia, eu aceitei esse desafio, e quando eu aceitei mudar do sábado para o domingo, eu não pensei em mim inicialmente, eu pensei em ajudar a Record, que vivia um momento com a saída do Gugu, e tinha um buraco de quatro horas no domingo.
RD1 – E já não tinha mais o “Tudo é Possível” na grade…
Rodrigo Faro - Exatamente! Sem o “Tudo é Possível”, sem o Gugu, e eles me pediram ‘Rodrigo, a gente precisa que você vá pro domingo’, mas eu falei que meu programa é aos sábados e que já tinha sete programas gravados. ‘Mas vamos botar seu programa de sábado no domingo’ [disseram os diretores da Record]. Quer dizer, todo mundo sabia que a gente ia passar por essa fase, então foi tudo muito natural. A gente sabia que o programa ia passar por esse momento e que ia mudar de nome a partir de abril, que precisávamos de tempo para criar novos quadros, as pesquisas, pra chegar ao “Hora do Faro” que a gente tem hoje. Então, quando veio alguma coisa negativa, a gente automaticamente sabia, assimilava, e continuava trabalhando. Isso faz parte! No próprio sábado, quando eu estreei, as pessoas falavam ‘poxa, será que o Rodrigo vai dar conta de substituir o Marcio Garcia?’. E eu também tinha esse medo, né? Lógico que eu fiquei com medo, assim como ocorreu antes de ir pro domingo. Mas o desafio, a vontade, e a coragem, foram maiores que o medo. Hoje, vi que, assim como a escolha de deixar a Globo e vir pra Record, assim como a escolha de assumir o “Melhor do Brasil”, de criar o “Dança Gatinho”, e assim como agora, vindo pro domingo, eu acho que fiz escolhas certas, graças a Deus. Mas tive que ter coragem para assumir essas escolhas!
RD1 – No domingo, você enfrenta pessoas que têm amizade. Como lida com concorrência assim? É mais difícil quando quer comemorar um feito?
Rodrigo Faro - Quando quero comemorar um feito meu, eu tomo muito cuidado pra não expor ou não não criar nenhuma situação com meus amigos porque, primeiro, são todos amigos meus. O Faustão é meu amigo, o Silvio é um ídolo, uma pessoa que sempre fala comigo quando vou no “Troféu Imprensa”. Até depois, quando fui pro domingo, no ano passado, eu concorri já como apresentador do domingo e ganhei, e ele sempre me fez elogios, me fala coisas incríveis, que eu aprendo muito. O próprio Fausto, é um cara que me dá muitos conselhos. A Eliana, é minha amiga de muitos anos, começamos ainda meninos e até minha família, na semana passada, estava no aniversário do Arthurzinho! Só que, quando os programas estão no ar, ali é a concorrência normal de domingo. Então, quando eu fico feliz, quando eu venço uma disputa, fico em primeiro lugar ou na vice-liderança, eu tomo um pouco de cuidado pelo respeito e admiração que tenho com eles. E pela humildade de saber que eu sou o estranho nessa história, eu sou o novato, calouro. A Eliana tem dez anos aos domingos, o Faustão tem 30, o Silvio Santos tem 50. O jogo de futebol da Globo está lá desde que o mundo é mundo, e eu sei que tenho que buscar meu espaço. Então, com toda a humildade, eu comemoro sim, mas com muito respeito, pois são amigos meus, todos. E eu não posso, jamais, me achar o bom, o cara, porque isso é uma babaquice, uma bobeira!
RD1 – Você já comandou dois realities na Record. Gosta desse formato, tem vontade de retomar, ou, agora com o “Hora do Faro”, não tem como você nem pensar num segundo programa?
Rodrigo Faro - Agora, com o “Hora do Faro”, é muito difícil, porque o “Melhor do Brasil” eu gravava dois dias por semana, né? Com o “Hora do Faro”, eu gravo três e, às vezes, quatro. Então, fica difícil pra gente conseguir fazer. Mas eu adoro reality, gosto muito desse tipo de programa e gostei muito de ter feito, as pessoas gostaram também. Eu fiz o “Ídolos” por quatro anos; quando fiz a “Fazenda de Verão” também foi bacana. Quem sabe um dia? Mas hoje, com meu horário, com a vida que eu levo, é praticamente impossível conseguir fazer outra coisa. É muito difícil, até porque o programa me toma muito tempo.
RD1 – Existe uma expectativa relacionada a uma segunda temporada da “Fazenda de Verão”…
Rodrigo Faro - Não, acho que não, foi só aquela edição mesmo.
RD1 – Mesmo porque, a “A Fazenda” com o Britto, meio que já ‘está’ no verão…
Rodrigo Faro - Exatamente, “A Fazenda” do Britto já está no verão! Acho complicado ter duas fazendas, uma acaba esvaziando a outra. E acho que quando você pensa em “Fazenda”, já pensa em celebridade, já está no DNA. Apesar que a “Fazenda de Verão” teve um ótimo faturamento, e deu acho que sete ou oito pontos de média, o que não é uma audiência espetacular mas que, para os dias de hoje, é uma bela de uma audiência você dar oito pontos de média numa temporada. É mais legal que fique só a de celebridades. Eu acho e eu acredito que não deva ter mais a “Fazenda de Verão”.
RD1 – Você deixou um pouco de lado as carreiras de ator e cantor. Ser apresentador, sempre foi um objetivo, ou uma consequência? Você já declarou algumas vezes que já batalhava por um espaço na Globo…
Rodrigo Faro - Eu sempre quis ser apresentador. Quando eu cantava, e eu ia tentar a sorte lá no SBT com um grupinho de dança, eu ia assistir ao Silvio Santos, eu ia no “Qual é a Música?”, ficava escondido na última fileira, e ficava olhando o Silvio Santos. E pensava ‘poxa meu, como é legal isso, queria muito fazer isso um dia da minha vida!’. Sonhava muito com isso e fico emocionado quando eu lembro porque eu falava ‘será que um dia vou conseguir fazer isso que esse cara faz?’. Numa das primeiras vezes que estive com ele, no “Troféu Imprensa”, eu fiquei extremamente emocionado porque foi quando, no último que eu ganhei, eu falei isso pra ele, da minha emoção de vê-lo apresentando e querendo um dia ser igual a ele, ganhando o troféu de melhor apresentador, que era algo impensável, inimaginável, e que eu estava conseguindo realizar esse meu sonho. Então, eu já tinha esse sonho, e quando olho pra trás, eu falo ‘caramba, é inacreditável o que aconteceu nesses cinco anos em que estou como apresentador!’. É muita coisa!
RD1 – Você esteve recentemente no “Agora é Tarde”, e ultimamente existe esse trânsito livre entre as emissoras. Como você avalia essa fase dos canais?
Rodrigo Faro - Acho que as televisões todas deveriam se ajudar porque é tão bonito quando você vê o artista fazendo esse tipo de coisa, você ver o artista do SBT na Record e da Record no SBT. O Raul Gil esteve esses dias aqui, no “Programa da Sabrina”, e eu fui falar com ele. Eu estive no programa do Rafinha e acho tão bacana isso, porque quem escolhe o que vai ver ou não é o público. Não adianta você querer cercear o artista, querer prejudicar outra emissora, todas deveriam se ajudar no sentido de levar o melhor entretenimento, o melhor programa para as pessoas e não essa de ‘meu artista não vai nesse programa, ali ou acolá’, acho ruim isso. Algumas emissoras praticam esse tipo de coisa, de fingir que as outras não existem, que não existe sucesso fora do ombro dela, né? Então isso é ruim, acho arrogante, pretensioso e não deveria ser assim.
RD1 – Alguns apresentadores tentam fugir dessas regras, como Jô Soares ou Faustão e Ana Maria, que sempre mandam abraço para artistas de canais concorrentes…
Rodrigo Faro - Faustão fala de mim no programa dele, adoro quando ele fala “Dança Gatinho”. Ele já falou que o programa dele estava parecendo o “Vai dar Namoro”; já mandou abraço pra mim, perguntou se o Jonatas Faro é meu irmão… O Silvio Santos quase todo programa ele fala ‘as minhas bailarinas são muito mais bonitas que as do Rodrigo Faro’ [imitando Silvio Santos enquanto fala]. Direto toca meu telefone e ‘o Faustão acabou de falar de você’. No outro dia, o Silvio disse ‘o Rodrigo, aquele cara da Record, que dança, pula, canta, sapateia e faz tudo. Esse menino é muito bom’, daquele jeito dele, e isso é muito legal. E estou sempre falando deles todos, do próprio Fausto, o Luciano, que é meu amigo. O Luciano falou do meu aniversário no programa dele, e acho muito legal, até porque sou amigo de todos. E quando nosso programa está no ar, é quando a gente concorre, mas só nesse momento.
RD1 – Você sempre fala com muito entusiasmo da Record, do seu trabalho, dos seus feitos, mas, quando foi noticiado sobre a mudança do “Melhor do Brasil” para “Hora do Faro”, surgiu um boato de que você iria sair da emissora. Isso realmente aconteceu?
Rodrigo Faro - Isso tudo foi boato. O que aconteceu foi que eu tinha ficado chateado quando eles quiseram tirar a Ritinha — Rita Fonseca — da direção do programa. Aí eu falei ‘pô, gente, a Rita ficou comigo cinco anos no ‘Melhor do Brasil’, e agora que a gente está indo pro domingo, pra fazer um programa novo, vocês vão tirá-la?’. Eu fiquei chateado mesmo, mas não ameacei sair, nem nada. Eu queria manter minha produção. Falei ‘a Rita vai embora? Vai embora minha produção? Pô, eu quero minha produção comigo!’. Aí a Record me explicou que a Ritinha é uma pessoa que tem uma facilidade muito grande de implantar formatos. Ela implantou vários programas aqui na Record, da Adriane Galisteu, o próprio “O Melhor do Brasil”, com o Marcio Garcia, antes da Leonor Correa, e ela iria implantar o “Programa da Sabrina”. E a Sabrina é uma grande amiga minha e falei ‘Ah, então ela vai fazer a Sabrina?’. Aí tive uma conversa com a Rita, acatei a decisão da Record, veio o Ignácio Coqueiro e a Ritinha foi deslocada pra Sabrina. Isso que aconteceu! Nesse meio tempo, saiu que eu ia deixar a Record, que eu tinha ameaçado sair se minha diretora fosse embora, e isso não aconteceu! Aconteceu a minha tristeza de ter que me separar da minha querida e grande diretora. Nós continuamos amigos, ela esteve na minha casa neste final de semana assistindo ao meu programa, vibrando comigo! Então, acabou tudo da melhor forma possível. Sem isso de ameaça, não sou o tipo que faz ameaça ‘eu vou embora, hein?’, nem tenho esse tipo de arrogância, de achar que sou o bonzão e que eu mando na Record, isso é bobagem!
Eu sou extremamente grato à Record. Eu estava na Globo fazendo novela e tudo o que aconteceu na minha vida, como apresentador, aconteceu depois que eu vim pra Record, então seria uma tremenda de uma sacanagem, ou falta de caráter. Às vezes as pessoas me perguntam, dizendo que estou negociando com a Globo, dizendo que o SBT queria me levar, a gente sempre lê esse tipo de coisa. Eu não vou negociar com uma emissora sendo que tenho contrato com a Record!
É legal você saber dessas coisas, se é que elas são verdade, porque não chegou nada pra mim, meu telefone nunca tocou. Não sei se é boato ou se realmente é verdade, mas, se isso acontecer, a primeira coisa que tenho que fazer é conversar com a Record e não negociar com a emissora e depois ir falar. Isso não acho legal.
RD1 – As pesquisas indicam que o futuro da TV está em atrações em tempo real, e a Record investe muito em programas ao vivo. Você acha que em algum momento optará por fazer seu semanal assim?
Rodrigo Faro - Pode ser. Hoje, o meu formato, ele não cabe o ao vivo pela quantidade de quadros que o programa tem. Mas, caminha-se pra isso, acho que um dia a gente pode vir a fazer, mas daí vamos precisar dar uma adaptada nos quadros, pra que a gente consiga fazer esse programa ao vivo. É um programa de quase cinco horas, é muita coisa! Então, por enquanto, não!
RD1 – Tem alguma novidade do “Hora do Faro” que você pode adiantar?
Rodrigo Faro - A gente vai estrear um quadro domingo agora que se chama “Deu a Louca no Faro”, é muito legal! É uma entrevista que eu faço com a pessoa e vou fazendo umas loucuras durante a entrevista e a gente fica torcendo pra ver se o artista vai perceber ou não!
RD1 – Será uma entrevista séria e você vai colocar alguns cacos pra ver se o artista nota?
Rodrigo Faro - Exatamente! (risos) Vai ser muito engraçado! Eu boto uma unha postiça, um rabinho pequenininho de cavalo atrás, começo a ter uns tiques nervosos. Mas a entrevista é séria!
RD1 – Mas você gravou algumas entrevistas em série, pra evitar que o artista desconfie da gravação?
Rodrigo Faro - Exatamente, porque senão o pessoal vai perceber, né? Mas vai ser bem legal!
RD1 – Deixe um recado para seus fãs!
Rodrigo Faro - Primeira coisa que eu queria falar, é agradecer a oportunidade de estar falando com vocês, pois acompanho vocês desde quando o RD1 era bem pequenininho, e hoje está no “iG”, está enorme. É muito legal ver o crescimento de vocês, fazendo um trabalho sério, sem tender pra nenhum lado, sem defender uma emissora em detrimento das outras, isso é o mais legal, agir dessa forma, principalmente pra gente! Quando a gente vê algo imparcial, a verdade dos fatos, isso é muito legal. Independente de reportagem ou não, vocês estão de parabéns por isso! Agora, pra galera que me assiste, eu nunca vou poder expressar o tamanho da minha gratidão ao povo brasileiro, pelo que aconteceu comigo nesses cinco anos. Eu nunca imaginei que isso iria acontecer comigo da maneira e com a grandiosidade que aconteceu, de eu me tornar apresentador, com cinco anos ir parar no domingo, e estar conquistando as coisas que estou conquistando. Às vezes eu paro pra pensar e demora a cair a ficha que eu vivo isso, que eu saio na rua e as pessoas vêm falar comigo e dizem ‘eu assisto seu programa, eu adoro você’. Isso é algo que eu sempre sonhei que fosse acontecer, mas no meu sonho não era tão grande e bonito como é hoje. O que posso prometer é que vou sempre dar o melhor de mim, ser sempre o mesmo Rodrigo Faro por trás das câmeras, que é o mesmo que apresenta o programa com todas as brincadeiras, com a hora de falar sério, de se emocionar, de não ter vergonha de pagar mico, mostrar o lado de ser humano e não de artista. Só tenho que agradecer as pessoas e prometer que vou continuar trabalhando pra cada vez mais fazer um belo programa, um programa de família, pra família, para as pessoas do domingo, e quero que cada vez mais pessoas me assistam e consigam rir e se emocionar comigo. Que eu vire realmente um companheirão de domingo para as pessoas, é isso que eu quero!
do site RD1