terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

“Em Família” é a prova de que a Globo também erra

OPINIÃO
Reprodução / TV Globo
Reprodução / TV Globo
Assim como a Record já provou que pode fazer novelas com a qualidade da maioria dos folhetins exibidos pela TV Globo, apesar de nunca ter conseguido isso ao longo de toda uma trama, a Globo deixou claro que o inverso é viável: o primeiro capítulo de “Em Família” foi um erro, equivalente aos erros que são algumas tramas da Record.
A estreia desta segunda-feira (03) não convenceu. Um texto fraco, ultrapassado e ilusório, atrelado a uma história que não conseguiu carregar o público pela falta de verossimilhança, deram o tom que o telespectador já não aceita no horário das 21h. “Em Família” é uma novela para criança assistir e esse foi o espelho do primeiro capítulo.
Várias são as características desta afirmativa: o afogamento irrisório de Helena, em sua primeira fase, assim como o ciúme injustificável de seu namorado e, como se não bastasse, ter “ressuscitado” quando já estava morta. Já não cabe isso em horário nobre. O público quer ver realidade e basta para isso avaliar o que fez sucesso ultimamente às 21h, na tela da Globo.
Em “Amor à Vida”, Bruno (Malvino Salvador) e Paloma (Paolla Oliveira) foram esquecidos pela crítica e pelo telespectador, enquanto Aline (Vanessa Giácomo) e César (Antonio Fagundes) roubaram a cena. A história da secretária era muito mais real que o drama descabido da protagonista.
Salvou “Em Família” a trilha sonora, atrelada à fotografia perfeita, fatores marcantes nas novelas do Maneco. Mas nada disso foi suficiente para acobertar o texto ultrapassado e pobre que o autor levou ao ar. Faltou dramaturgia, faltou arte, faltou intensidade.
É claro que a tendência natural de “Em Família” é melhorar já nesses próximos capítulos, com a entrada dos atores experientes, já na última fase de Helena (Júlia Lemmertz). O texto é o de menos quando se tem um bom ator no palco, dizem os maiores ícones de nossa dramaturgia.
A novela ainda trará muitas surpresas e muito provavelmente desviará de todos os erros desse primeiro capítulo. Mas ficou a lição: a Globo também erra.
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Breno Cunha escreve sobre televisão e entretenimento há 5 anos, tendo passado por alguns dos mais importantes veículos do segmento. É também correspondente de um site de notícias na Bahia. No RD1, onde está pela quarta vez, além de atualizar esta coluna, fará reportagens especiais. Em “O Observador”, Breno promete debates sobre acontecimentos da televisão brasileira. Para falar com ele é simples: breno@rd1audiencia.com ou @cunhabreno segundo o RD1

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