segunda-feira, 29 de junho de 2015

Sertanejos ficam furiosos após Zeca Camargo chamar Cristiano Araújo de “figura relativamente desconhecida”


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Israel Novaes aderiu à manifestação contra Zeca Camargo
Após fazer uma crônica criticando a comoção em volta da morte de Cristiano AraújoZeca Camargo virou alvo de diversos sertanejos, que resolveram aderir à uma onda de protestos contra o jornalista.
Nomes como Bruno Belutt, Munhoz e Mariano, Sorocaba, que faz dupla com Fernando, e Israel Novaes fizeram fotos tapando os ouvidos e se pronunciaram em suas páginas oficias.
#QuemÉZecaCamargo Zeca Camargo, você é muito preconceituoso, raso e fútil! E cultura é o conjunto dos costumes de uma sociedade! Crenças, arte, moral, leis etc! E está em constantes mudanças, sendo assim posso afirmar que gostar de sertanejo é ter cultura sim”, disparou Novaes.
Santiago, parceiro de Guilherme, também ficou indignado e usou as redes sociais para se expressar: “Você precisa conhecer melhor seu país, senhor Zeca Camargo, música sertaneja é uma das maiores culturas do Brasil. Você falou muita besteira!!!!! Não sou obrigado a ouvir isso”.
Confira o que o ex-apresentador do “Fantástico” e do “Vídeo Show” afirmou durante o “Jornal das Dez”, do canal Globo News:
“Muita gente estranhou a comoção nacional diante da morte trágica e repentina do cantor Cristiano Araújo. A surpresa maior, porém, vem do fato de ser tão famoso e tão desconhecido. O Brasil, felizmente, tem um punhado de artistas que não passam pelo radar da grande mídia, nem são um consenso popular, mas que levam multidões para seus shows. [...] O que realmente surpreende neste evento triste da semana foi a comoção nacional. De uma hora para outra, fãs e pessoas que não faziam ideia de quem era Cristiano Araújo partiram para o abraço coletivo, como se todos nós estivéssemos desejando uma catarse assim, um evento maior que nos unisse pela emoção.
É só lembrar as despedidas de Cazuza, Ayrton Senna, Kurt Cobain, Lady Diana, Michael Jackson, Mamonas Assassinas. Mas Cristiano Araújo? Sim. Eles sim eram, guardadas as proporções, ídolos de grande alcance. Como fomos, então, capazes de nos seduzir emocionalmente por uma figura relativamente desconhecida? A resposta está nos livros para colorir! Sim, eles mesmos! Os inesperados vilões do nosso cenário pop, acusados de destacar a pobreza da atual alma cultural brasileira. Não vale a pena discutir os verdadeiros valores desses produtos, se é que eles existes. Mas eles vem bem a calhar para fazermos um paralelo com a ausência de fortes referências culturais que experimentamos no momento.
A morte de Cristiano Araújo e a quase insana cobertura de sua despedida vestiu a carapuça de um contorno de linhas pretas num papel branco, só esperando a tinta das emoções das pessoas para ganhar cor e, quem sabe, significado. Como robôs coloristas preenchemos aqueles desenhos na ilusão de que estamos criando alguma coisa. Assim como ao nos mostrarmos abalados com a ausência de Cristiano, acreditamos estar comovidos pela perda de um grande ídolo. Todos sabemos que não é bem assim. Talvez o cantor tenha morrido cedo demais para provar que tinha potencial para se tornar uma paixão nacional. Nossa canção popular é hoje dominada por revelações de uma música só, que se entregam a uma alucinada agenda de shows para gerar um bom dinheiro antes que a faísca desse sucesso singular apague sem deixar uma chama mais duradoura. E, nesse cenário, qualquer um pode, nem que seja por um dia, ser uma estrela maior. Teria sido esse o caso de Cristiano Araújo? [...] Temos tudo para adorarmos ídolos de verdade, e chorar de verdade seja pela presença dele no palco ou na saudade da perda. Mas, agora, olhando em volta, não vemos nada disso.”
RD1

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