A exclusividade obtida pela Globo no registro da prisão de Caio Silva de Souza, 25, suspeito de ter atirado o rojão que causou a morte de Santiago Andrade no Rio de Janeiro gerou revolta nos bastidores da Band, emissora para a qual Andrade trabalhava.
Os jornalistas do canal paulistano não se conformaram com a Globo ter tido acesso, com exclusividade, a uma operação que prendeu um dos envolvidos na morte de um profissional da própria Band. Alguns, em anonimato, acusaram a Polícia Civil do Rio de Janeiro de privilegiar a Globo, com já ocorreu anteriormente, num episódio em que César Tralli se fantasiou de agente policial para registrar a prisão do ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf.
A prisão foi acompanhada pela repórter Bette Lucchese e por mais um cinegrafista e um técnico, que seguiram os policiais desde o Rio de Janeiro, viajando no mesmo avião até Salvador e acompanhando os agentes de carro até Feira de Santana, onde Souza estava presente. Além disso, Lucchese retornou no mesmo avião e registrou toda a ação.
A versão da Globo de que seus jornalistas seguiram os investigadores não convence os profissionais da Band. "Se os jornalistas da Globo foram juntos com a polícia é porque foram convidados ou autorizados", disse um repórter. A Globo, em sua defesa, emitiu a seguinte nota ao jornalista Daniel Castro:
"A equipe da TV Globo viajou em avião de carreira, pagando suas despesas, como é norma da emissora. Em terra, chegou até Feira de Santana, em táxi pago pela equipe. Não é verdade que a equipe foi convidada pela Secretaria de Segurança. A equipe seguiu os investigadores, a partir de informações apuradas pela reportagem, profissionalmente. O jornalismo da Globo não obteve qualquer favorecimento. Desde o início da cobertura, a TV Globo vem dando informações em primeira mão sobre o caso, adotando os princípios de trabalhar com isenção, precisão e agilidade, observados pelo jornalismo da emissora."
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