Intérprete da ranzinza Encarnação em “Velho Chico”, Selma Egrei defende que a personagem não é uma vilã em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”.
“Não é má, vilã, não faz algo deliberadamente para prejudicar alguém, quer manter o poder da família. É mal-humorada, amargurada, ressentida com a vida, porque perdeu o filho que mais gostava. E ela não consegue manifestar amor com ninguém a não ser com esse filho morto e com o neto, que acha ser a encarnação dele. Ela tem humor dentro desse obscurantismo, é sarcástica”, afirmou.
Egrei ainda lamentou a falta de papéis para as atrizes que já passaram dos cinquenta anos, porém, destacou não ter do que reclamar neste sentido. “Ouço amigas se queixarem e respeito, mas não sinto dificuldade. Foram aparecendo bons trabalhos para mim. Não tô fazendo só a avó do mocinho. Até os 20 e poucos anos a gente faz princesa, mocinha. Depois, vira a rainha. Aí você já é mãe do mocinho e vai indo até chegar na bruxa. E tudo é bruxa”, analisou.
Sobre o preconceito que os profissionais de teatro têm com a TV, Selma revelou que este estigma ficou no passado. “Sou uma mulher de teatro e fazia muito cinema, nunca tive familiaridade com televisão. Fazia, mas não achava que era o meu meio. Mas a TV tem mudado, não é mais aquela coisa automática de faz uma reunião com elenco, entrega capítulos e grava. Hoje há uma preparação teatral como fizemos em “Velho Chico”, em “Sete Vidas”. E “Velho Chico” é totalmente diferente das novelas das nove”, avaliou.
RD1
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