“Não mudamos um milímetro de nossa filosofia”, diz executivo da Record sobre o ‘caminho da liderança’

EXCLUSIVO

Honorílton Gonçalves, vice-presidente da Record

Assombrada por uma tenebrosa crise financeira, a Record demitiu cerca de 400 profissionais do RecNov na última segunda-feira (03) e colocou em xeque a imagem de “nova líder”, cultivada pela rede desde 2004, ano em que obteve um expressivo crescimento e lançou o famoso slogan “A Caminho da Liderança”.

Ao longo das últimas semanas, diversos portais noticiaram que a terceirização de produções será o novo mote da emissora, que visa conter gastos e enxugar despesas. O objetivo, comum a qualquer empresa, destoa, porém, das atitudes da empresa nos últimos anos, quando investiu centenas de milhões de reais na cobertura de eventos esportivos, quadruplicou salários de profissionais da concorrência, adquiriu estúdios e montou uma equipe de produção de primeira linha.

Buscando confirmar a veracidade dos fatos, o Break conversou com Celso Teixeira, Diretor Nacional de Comunicação da Record. Num conversa rápida, após longas reuniões matinais com executivos da emissora, Teixeira lamentou as demissões, mas reafirmou que a liderança continua sendo o alvo da Record. O executivo ainda aproveitou para negar que as minisséries bíblicas da emissora tenham sido canceladas.Embora não tenha ruído, o castelo começa a exibir fortes rachaduras.

Confira:

Minisséries bíblicas não chegarão ao fim, diz Teixeira

Break - Relatos de que a demissão em massa da última segunda-feira foi truculenta e realizada com seguranças conduzindo demitidos ao RH são reais?

Celso Teixeira - Caro Arthur, toda demissão é difícil. Reduzir funcionários é algo doloroso para a Record, que gosta de abrir mercados, investir. Tivemos o cuidado de pedir a todos que agissem com o maior respeito com aqueles que nos deixam. Se alguém se sentiu ofendido, nós lamentamos muito e posso afirmar que não era essa a intenção. Todos aqueles que nos deixaram têm grande valor profissional e ajudaram a construir a Record e o RecNov.

Break - Esta ‘adequação’ da Record significa o fim – ou, ao menos, o “congelamento” – do ‘caminho da liderança’ traçado pela emissora. Essa filosofia mudou?

Celso Teixeira - Não mudamos um milímetro de nossa filosofia. Seguimos buscando oferecer ao telespectador e ao anunciante a melhor opção de programação. Seguimos ao vivo quase 17 horas por dia, com mais de 11 horas de jornalismo nacional e regional, algo que ninguém oferece na televisão brasileira atualmente. Nossa programação tem de 80 a 90 por cento de produção própria, feita no Brasil. E vamos continuar assim.

Break - As minisséries bíblicas “Os Milagres de Jesus” e “Moisés” foram canceladas?

Celso Teixeira - Nenhuma minissérie foi cancelada. “Os Milagres de Jesus” será a próxima.

RD1